A MORTIFICAÇÃO DO PECADO




“Exterminai, pois, as vossas inclinações carnais; a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria.” (Colossenses 3:5). 


A mortificação é a marcação cerrada que podemos empregar na luta contra o pecado, tendo em foco a nossa santificação. Os resquícios do velho homem ( inclinações carnais), segundo o apóstolo Paulo, devem ser mortificados e não evitados simplesmente. Começando no nosso interior, para terminar no exterior. Não basta cuidadosamente evitares as circunstâncias exteriores que te levam a pecar, porém devemos também continuamente mortificar as concupiscências interior do velho homem em nosso corpo mortal. 


De primeira instância, precisamos saber o que significa mortificar. Podemos conceituar como o enfraquecer, o debilitar, entorpecer continuo das inclinações carnais de modo a não terem influência em nosso corpo mortal. O nobre teólogo puritano, John Owen, numa abordagem incisiva sobre a mortificação do pecado, esclarece que a “mortificação significa matar as obras do corpo (Rm 8.13). Mortificar significa tirar toda a força, o vigor e o poder do pecado, de modo que ele não possa agir por conta própria ou se impor na vida do crente. Isto inclui não apenas o fruto do pecado nos padrões de conduta exterior, mas também a raiz do pecado nas motivações e desejos interiores”(John Owen, A mortificação do pecado).


Segundo, a mortificação deve ser encarada como uma prática diária, assim como somos constantemente exortados em andar em santidade somos também continuamente admoestados a fazer morrer as nossas inclinações carnais. O notável pastor puritano Isaac Ambrose, exclamou rogando ao seu rabanho: “Oh Cristão, aja como um homem de Deus! Evite, cuidadosamente, todas as ocasiões para pecar. Estabeleça guarda rigorosa em seus sentidos; vigie seu olho, seu ouvido e a sua língua, continuamente” (Isaac Ambrose, The Christian Warrior" p.105). 

Seja sábio querido irmão ou irmã, Mortifique as concupiscência interiores, aponte as Escrituras às afeições ímpias, procure vencer a batalha interiormente também antes de evitares cuidadosamente as circunstâncias externas. 


Ademais, importa ressaltar que o delinear de Owen daquilo que está presente na mortificação, depreendemos que “a mortificação envolve o enfraquecimento habitual do pecado, e o constante lutar contra ele, com certa medida de sucesso”. O caminho da santificação é adornada pela pureza e a mortificação, é a inclinação piedosa do coração penitente a intimação de viver separado para Deus. Owen assegurando-nos que “a batalha precisa ser perpétua, pois cada manifestação do pecado contém as sementes do domínio ímpio do pecado, e inclina-se sempre para o mesmo fim”. Que façamos da mortificação o nosso dócil labor diário em direção aos céus. 


Neste piedoso labor, nós olhamos para Cristo. Pois, a nossa dócil motivação neste percurso está em Cristo. Ambrose dizia: “coloque todos os desejos e afeições do seu coração em Jesus, o Salvador de sua alma. Nada purificará o coração e mortificará o pecado como o olhar para Jesus em Seu amor, agonia e morte. Se Deus, misericordiosamente, te liberta do poder de suas corrupções naturais e das armadilhas do diabo, e te abençoa com um coração puro e uma mente serena, passe o restante dos seus dias na terra em gratidão a Deus, por favores tão peculiares” (Isaac Ambrose, The Christian Warrior" p.105). 


Portanto, que haja em nós a disposição de coração movido por amor a Cristo, e por santa obediência à sua Palavra que instigam-nos a dedicação habitual de fazer morrer os resquícios do velho homem em nosso corpo mortal. Que não seja um simples evitar as circunstâncias externas que podem nos levar a pecar, que mortifiquemos as concupiscências internas. Afim de que estes não se tornem aliados com as concupiscências externas para nos fazerem frente nesta árdua batalha. Que continuemos apontando a arma primeiramente em nossas inclinações carnais, ávidos para disparar continuamente afim de mortificar o pecado. Que seja está a mortificação do pecado o nosso dócil labor diário para a glória da graça Deus em Cristo Jesus em nosso corpo mortal assegurados pelo Santo Espírito mediante a santa obediência à sua Palavra. 



(C. R. Bernardo)

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